Resumo

Título do Artigo

Branquitude em pauta: a questão étnico racial na percepção de estudantes universitários.
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Tema

Diversidade e Inclusão Social

Autores

Nome
1 - Dafne Martins do Prado Sousa
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade - USP -
2 - Danilo Cardoso
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3 - Kevin Allan Sales Rodrigues
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4 - Érika Mourão Trindade Dutra
USP - Universidade de São Paulo -
5 - Reimy Solange Chagas
Universidade Presbiteriana Mackenzie - Higienópolis
6 - Ana Cristina Limongi França
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade - USP - FEA EAD

Reumo

Este artigo tem como objetivo apresentar algumas especificidades do racismo no campo corporativo, à luz da percepção de universitários no que tange aos processos seletivos étnico-racialmente afirmativos. Através de um questionário estruturado e aplicado virtualmente, obteve-se 289 respostas. Foram utilizadas como parâmetros condicionantes sociais, históricos e políticos, a partir do Marco Histórico das Cartas de Alforria datadas de 1840 (Teixeira, 2016) e que apontam a ausência de políticas públicas inclusivas que garantissem o mínimo de cidadania à população negra. Os resultados da pesquisa de campo revelaram que o percentual de respondentes de acordo com as autodeclarações de raça são: 62% brancos e 32% negros. Aproximadamente ¾ dos participantes entendem que a contratação de negros é uma reparação histórica, mas apenas 37% dos brancos concordam que haja empregos que são determinados pela cor de pele e 84% destes mesmos respondentes informam que a cor da sua pele não interfere na relação com superiores. Estes e outros achados de campo indicam percepções com viés de branquitude, que, invisibilizam e naturalizam o racismo institucional nas 0rganizações de maneira sistêmica. Ações afirmativas, políticas institucionais têm sido adotadas de forma crescente com vistas ao enfrentamento dessas graves questões que ameaçam a dignidade humana no trabalho.

Abstract

This paper aims to present some specificities of racism in the corporate field, in light of the perception of university students regarding ethnic-racially affirmative selective processes. Through a structured questionnaire applied virtually, 289 responses were obtained. They were used as social, historical and political conditioning parameters, based on the Historical Landmark of the Letters of Entitlement dated 1840 (Teixeira, 2016) and that point to the absence of inclusive public policies that would guarantee a minimum of citizenship to the black population. The results of the field research revealed that the percentage of respondents according to self-declarations of the race are: 62% white and 32% black. Approximately ¾ of the participants understand that hiring blacks is a historic reparation, but only 37% of whites agree that there are jobs that are determined by skin color and 84% of these same respondents report that their skin color does not interfere in their relationship with superiors. These and other field findings indicate perceptions with a whiteness bias, which make institutional racism invisible and naturalize in a systemic way. Affirmative actions and institutional policies have been increasingly adopted with a view to confronting these serious issues that threaten human dignity at work.