Reumo
Artigo aplicado que apresenta o rascunho de uma metodologia decolonial de estudos de futuros Tem como questão-problema: Como podemos pensar em metodologias de tendências que permitam imaginar futuros além dos discursos dominantes? Foi desenvolvido a partir da revisão da literatura, com ênfase na busca por propostas decoloniais, e de análise documental de relatórios de tendências de futuros. A proposta teve como ponto de partida os Cones de Futuros (Voros, 2017), que utiliza princípios da ótica para definir, a partir de um ponto de observação, quais seriam futuros possíveis, plausíveis, prováveis e preferíveis. A metodologia foi batizada como "óculos de futuros decoloniais" e alia o conhecimento de lideranças comunitárias e de experts para configurar futuros com duas lentes diferentes e complementares: 1) uma lente histórica, com função de memória libertadora, que permite compreender como o passado e o presente influenciam a imaginação de futuros; 2) uma lente especulativa, que favorece o entendimento das cosmovisões e metanarrativas que moldam nossas percepções. O estudo inova ao utilizar saberes plurais e a metodologia, se implementada, contribui para a ampliação de futuros possíveis, o aumento da participação de líderes comunitários nos estudos de tendências, e o estímulo à imaginação de futuros participativos.
Abstract
This paper presents the draft of a decolonial methodology for futures studies. With the problem: How can we think about trend methodologies that allow us to imagine futures beyond the dominant discourses? It was developed based on a literature review, with an emphasis on the search for decolonial proposals, and documentary analysis of reports on future trends. The proposal begins with Cones of Futures (Voros, 2017), which uses optical principles to define, from a point of observation, which would be possible, plausible, probable and preferable futures. The methodology was called "glasses of decolonial futures" and combines the knowledge of community leaders and experts to configure futures with two different and complementary lenses: 1) a historical lens, with a liberating memory function, which allows understanding how the past and present influence the imagination of futures ; 2) a speculative lens, to understanding the worldviews and metanarratives that shape our perceptions. The study innovates by using plural knowledge and the methodology, if implemented, contributes to the expansion of possible futures, the increase in the participation of community leaders in futures studies, and the imagination of participatory futures.